INTEGRANTES

O Coletivo Terra em Cena é uma articulação de coletivos de teatro e audiovisual que atuam em comunidades da reforma agrária e quilombolas e em meio urbano. É composto por professores universitários da UnB e da UFPI, e da rede pública do DF, por estudantes das Licenciaturas em Educação do Campo da UnB e da UFPI/Campus de Bom Jesus e por militantes de movimentos sociais do campo e da cidade. O Terra em Cena se configura como programa de extensão da UnB, com projetos de extensão articulados na UnB e na UFPI, e como grupo de pesquisa cadastrado no diretório de grupos do Cnpq. Um dos projetos é a Escola de Teatro Político e Vídeo Popular do DF (ETPVP-DF) que integra a Rede de Escolas de Teatro e Vídeo Político e Popular Nuestra America.

terça-feira, 26 de março de 2024

Ledocênicas apresenta nova cena em aula de disciplina da LEdoC

 O grupo Ledocênicas, formado por três estudantes da área de Linguagens da Licenciatura em Educação do Campo, Angela Caetano, Isabella Coelho e Elias Viana, se apresentou no dia 25 de março na sétima aula da disciplina Oficina Básica de Artes Cênicas (Obac), com uma cena sobre cultura do patriarcado e da violência contra a mulher reverberada por docentes em sala de aula.

Eis a síntese da cena: no dia em que Daniel Alves, o jogador brasileiro de futebol preso na Espanha por estupro, saiu da prisão após pagar multa de mais de um milhão de Euros, um professor aproveita o assunto em sala de aula, para trabalhar o tema “Heróis da Pátria”, reconhecendo em Daniel um dos heróis nacionais, a despeito do estupro que ele cometeu. Duas estudantes reagem à abordagem e iniciam uma discussão com o professor, e ele refuta os argumentos das alunas desconfiando da mulher que foi vítima do estupro e atribuindo razão ao gesto de Daniel.

Instaurada a cena curta o debate teve inicio com a intervenção de uma das estudantes e na sequência, com a colaboração de toda a turma. Para nós, do Terra em Cena, o Teatro Fórum é um método de educação popular, que nos permitem treinar táticas e métodos de ação para enfrentar situações de opressão e ampliar o repertório de ações de resistência que podemos utilizar em diversas situações.

O Ledocênicas é um dos mais recentes grupos de teatro formado na LEdoC e articulado ao coletivo Terra em Cena. Este grupo e o coletivo Jiquitaias, do quilombo Kalunga, em Teresina de Goiás, estreiaram na V Mostra Terra em Cena e na Tela, em novembro de 2023. Em 2024 o grupo organizou duas oficinas abertas na FUP e agora amplia seu repertório de cenas de Teatro Fórum para colaborar com o processo de formação das turmas da LEdoC e das comunidades camponesas e quilombolas. 






sexta-feira, 22 de março de 2024

quinta-feira, 21 de março de 2024

Laboratório Teatro e Reforma Agrária (Latera) abre o semestre letivo da LEdoC a convite do Centro Acadêmico

 No dia 20 de março de 2024, o elenco do Latera esteve presente na abertura do primeiro semestre letivo da Universidade de Brasília, no campus de Planaltina da UnB, convidado pelo Centro Acadêmico da Licenciatura em Educação do Campo, que organizou um dia de atividades formativas, artísticas e políticas. 

O Latera apresentou uma peça em que a estrutura dramática de um diálogo entre senhoras da alta sociedade em uma casa é confrontado pelos gestos de uma trabalhadora doméstica e um jardineiro, que interrompem o diálogo para avisar que a cena da enchente que passa na TV, que está destruindo barracos na periferia, se passa na comunidades deles e eles precisam sair para socorrer familiares e defender suas casas. As senhoras resistem à solicitação, sem manifestar nenhuma empatia, apenas um superior ar de complacência e preocupação apenas com o incômodo que a ausência da dupla causaria na rotina da casa. Com breve desenrolar uma das atrizes quebra a atmosfera dramática e abre uma frente direta de agitação com o público e a cena se encaminha para um desfecho com agregação entre público e elenco, por meio de palavras de ordem. 

No debate realizado na sequência uma das estudantes da LEdoC, militante do MST e integrante do Terra em Cena, Camila, dá depoimento sobre o sentimento que teve quando seu barraco foi destruído pela enchente. O depoimento de Camila e de outras pessoas demonstrou que a estrutura da cena tem potência política, gera empatia, e se completa com o debate. 

Como Laboratório de Teatro, na tradição dos estúdios experimentais do teatro político, o material apresentado vai se complexificando a cada apresentação, debate e retorno para sala de ensaio. 

Após a apresentação e debate, a professora e atriz Julie Wetzel, da coordenação do Latera, ministrou uma oficina de Teatro Político com técnicas do Teatro Oprimido, culminando no Fórum de cenas de Teatro Imagem. 

Participaram da oficina estudantes das três áreas de habilitação da LEdoC, não apenas aquelas e aqueles que optaram pela área de Linguagens. 

O Centro Acadêmico da LEdoC e o Laboratório Teatro e Reforma Agrária demonstraram o potencial do trabalho teatral como elemento transversal e estruturante do processo de formação estética, política e da dinâmica de educação popular e organização social. 


Planaltina, 20 de março de 2024. 


Rafael Villas Bôas, Coordenador do Terra em Cena e professor de Artes Cênicas da LEdoC

















sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

V MOSTRA TERRA EM CENA EM TELA: comentários sobre a oficina de Muralismo e as peças dos grupos Kalunga

 


Nos dias 13,14, e 15 de novembro de 2023, a Universidade de Brasília sediou a V Mostra Terra em Cena e na Tela, que tinha em sua programação encontros de grupos teatrais, cine debates, filmes, oficinas, dentre elas a que participei: a oficina de Muralismo coordenada pelos professores Ofélia Ortega e Ricardo Keferaus da UFVJM. Ocorreu também o lançamento do livro: “ Cultura política: narrativas da Escola de Teatro Político e Vídeo Popular do Distrito Federal”.

    No primeiro dia da oficina que participei, os professores nos explicaram sobre o muralismo, compreendi que esses murais são expostos em espaços públicos onde todos possam ver, é como uma maneira de arte democrática, levando a arte para fora das galerias e para a vida das pessoas é um estilo de arte que utiliza grandes murais para contar histórias ou transmitir mensagens políticas e culturais. 

     Os professores solicitaram que explicássemos com nossas palavras o que sabíamos sobre pintura e se tinha algo que queríamos transformar em um mural. No segundo dia, depois de coletar todas as ideias, colocamos a mão na massa, fizemos um rascunho de dois desenhos, o primeiro foi uma paisagem de resistência, com uma mulher dançando Sussa, inspirado em uma fotografia da comunidade de uma estudante (Vão de Almas), no segundo mural com o mesmo tema, desenhamos um punho fechado saindo do tambor que simboliza a resistência do povo Kalunga.



Essa experiência foi muito divertida e importante para mim, desde então percebi que a minha comunidade precisa conhecer essa arte, pois através dela também podemos resistir e lutar, apesar de parecer ser algo de “outra realidade” é uma maneira de deixar a história de luta e a nossa cultura registrada.

     Outro evento que mexeu muito comigo, foi a peça do coletivo Jiquitaias, principalmente por ser o grupo da minha região, e que apesar de ser composto por meninas, transmite uma força e uma energia contagiante. Foi lindo de ver elas retratando algo que, infelizmente, está sendo a realidade de muitas escolas Kalunga, principalmente a delas. São jovens que falam com muita maturidade sobre algo de “gente grande” discutir, isso mostra o quanto elas estão atentas aos fatos e acontecimentos locais.  

A peça do coletivo Vozes do Sertão Lutando por Transformação (VSLT) “ Povo que luta” me emocionou muito, pude ver na personagem da vó, a minha própria vozinha, no jeito de falar e principalmente nas reclamações de dor no corpo. Foi uma peça curta, leve e tranquila de se ver e que, na minha opinião, deve ser apresentada nas escolas e, principalmente, nas reuniões da comunidade.

      A disciplina foi muito importante, pois, trouxe uma valorização cultural, política e ancestral das comunidades, realçando a importância de se discutir as políticas públicas voltadas para o povo camponês, em especial na área da educação, que é de suma importância.


Protocolo de Leilyane Maia Moreira  



                                                  



                              

      







V Mostra Terra em Cena: a expressão da resistência através do teatro

 A V Mostra Terra em Cena e na Tela contou com oficinas e peças teatrais, além de rodas de conversa e interação com o público participante. ,O evento é uma ótima maneira de “provocar” o público e fazer com que todos reflitam sobre assuntos essências e importantes, usando, para isso, a arte e o teatro.

O primeiro dia contou com uma cena curta do coletivo Laboratório Teatro e Reforma Agrária (Latera)que deu início ao evento, do, tratando sobre os assuntos Racismo Ambiental e Desigualdade Social., A cena retrata um problema que está presente em todas as periferias do Brasil, o racismo ambiental., Esse termo é usado, pois, nas periferias, a maior parte da população é negra, e há pouco investimento em saneamento básico, e estrutura., Para demonstrar isso, os atores que fizeram a cena mostraram uma situação comum em que um trabalhador que mora na periferia e precisa se deslocar até o seu local de trabalho de ônibus, escuta de sua patroa rica que está demitido, enquanto sua casa é levada pelas enchentes causadas pela chuva e a falta de estrutura de sua comunidade. Para retratar essa cena, os atores usaram uma técnica do Teatro Imagem, na qual não se tem objetos mas com o próprio corpo, o ator transmite a sensação de que está segurando o objeto, ou com o próprio corpo o ator pode transformar o cenário. Uma sátira marcante da cena, é quando a filha da patroa, ao lado da mãe que estava no telefone conversando com o funcionário, que deixou de limpar a piscina pois precisava voltar pra casa devido às enchentes, diz a seguinte frase “Mas também vocês escolhem morar em cada lugar” como se fosse uma escolha morar em um local sem saneamento básico ou estrutura suficiente para se ter uma moradia sólida e confortável. A cena nos faz refletir sobre como o proletariado é explorado e tem seus direitos e sentimentos negligenciados pela burguesia, além de pensar no processo histórico que leva à necessidade de negros residirem em morros e periferias. Após a apresentação da cena sobre o Racismo Ambiental e Desigualdade Social, foi apresentado para nós a peça “Pequeno Manual Antirracista”: como o próprio nome já diz, a peça apresenta um manual antirracista, feita por estudantes do ensino médio. Conta com uma comunicação mais próxima a idade deles, no entanto, isso não quer dizer que somente aqueles que tem uma idade próxima irão entender. A peça nos fala sobre o racismo estrutural, apresenta algumas histórias antigas dos povos africanos, explica artigos da Constituição Federal e cita leis antigas que aparentavam ser soluções para resolver os problemas dos negros que foram escravizados durante 388 anos no Brasil, como a lei do Sexagenário e a lei do Ventre Livre, contando a história de forma que nos faz entender porque até os dias de hoje o racismo ainda está presente em nossa sociedade. A peça conta também com um pequeno romance inspirado na obra “Cinderela”, de forma mais moderna e engraçada, o romance mostra uma situação análoga à escravidão e conta o tempo todo com sátiras que representam os racistas nos dias atuais, falas como “Racismo reverso”, “Racismo não existe” entre outras, a obra conta com muitos atores e, além disso, um figurino amplo e duas caixas pretas ao centro do palco. Depois, a peça “Calcário” entrou em ação., A peça conta a história da Fercal, região administrativa do Distrito Federal que tem em seu território diversas fábricas, a peça mostra os problemas que as fábricas causam para a população, como por exemplo a poluição, pois, devido à presença de muitas fábricas na região, a Fercal é vítima de uma poluição sonora, visual e ambiental que causa doenças de diversas maneiras aos moradores, além desse, outro problema retratado na peça é a alienação dos funcionários, alienação essa que é induzida pela fábrica, fazendo com que a saúde mental e física desses funcionários sejam comprometidas, gerando problemas como o alcoolismo, o abandono de estudo e outros. A obra conta com objetos cenográficos que remetem à Fercal, além de figurinos como os uniformes usados na fábrica e as roupas usadas por trabalhadores rurais da cidade. 

Além das peças também ocorreram oficinas, duas foram oferecidas para o público:

• Muralismo: essa oficina foi voltada para a área das artes visuais, uma ótima ferramenta para representar a luta e a cultura de uma sociedade ou de um povo. Na oficina de muralismo foram pintados dois murais no alojamento da FUP usando a ideia de todos que estavam inscritos, foi um momento de aprendizagem e descontração, além de ser um momento para se pensar sobre.

  


A parte da noite do primeiro dia foi apresentado na Mostra o filme Marta Kalunga, uma quilombola que reside em Cavalcante e possui uma casa em que auxilia outras mulheres a venderem seus produtos, além de ser um hostel para turistas., Depois do documentário houve uma roda de conversa na qual a própria Marta Kalunga participou e nos contou sobre como foi feito o documentário e as situações que são vividas pelas mulheres no território, tais como o machismo e o assédio. O documentário mostra a realidade de muitas mulheres, que saem de suas comunidades por diversos motivos, Marta cita que muitas pessoas dizem que as mulheres não trabalham, no entanto, o documentário na maior parte do tempo mostra Marta trabalhando, além disso há um bar na região que é conhecido como “Bar dos homens” pois o bar só tem homens durante o dia inteiro, e faz essa referência ao fato de que enquanto as mulheres trabalham em casa, muitas vezes os homens estão em bar jogando sinuca, bebendo e se divertindo, isso foi explicado por Marta depois da apresentação do filme, mostrando a importância da presença daqueles que realizam as obras durante a Mostra, para que haja uma troca de saberes e conhecimentos, além de discutir diversas opiniões, o filme retrata muito bem a força e a importância da auto organização do coletivo feminino na região além de criticar fortemente o assédio, como os citados por Marta na roda de conversa.

No segundo dia, a parte da manhã contou com o filme Grupo de Sussa Flores e Frutos do Quilombo Kalunga que contou um pouco da história da Sussa e a importância de se manter a tradição sempre viva, isso porque a maior parte das integrantes ainda são jovens e fazem com que essa tradição não seja esquecida dentro da comunidade, mostrando também a importância da cultura para reconhecer e afirmar a própria identidade. De tarde foi a finalização da oficina.

No período da noite, o segundo dia contou com a participação do grupo Cia Burlesca na apresentação da peça “A Legítima História Verdadeira” que tem como intuito relatar situações verídicas através do teatro, contando histórias que ocorreram com mulheres que participavam dos movimentos sociais na luta pela terra, na peça em questão é contada para nós a história de Margarida Alves e Roseli Nunes. Na manhã do terceiro dia o assistimos o documentário “Nossa Cultura Nosso Ritmo” que conta a história de um grupo de dança da comunidade quilombola da região de Picadas, o Afroart, o documentário conta com entrevistas e partes dos ensaios dos integrantes do grupo, após a apresentação do documentário, houve uma conversa e o professor que participou da produção do documentário e estava presente durante a mostra nos explicou que encontrou uma certa resistência dos moradores de participar de um documentário, isso porque, muitos pesquisadores passavam pela região, realizavam suas pesquisa e tratavam os moradores somente como objetos de pesquisa, não tinham interesse de escutar o que a comunidade queria realmente falar, portanto, ao chegar no local, o professor no intuito de escutar um pouco a história sobre o processo de aquilombamento se deparou com os moradores falando que não concordariam em fazer esse tipo de documentário mas que fariam um documentário que falasse do grupo de dança

Afroart, o que surpreendeu de forma positiva a produção do documentário, visto que a dança é uma forma de se falar sobre a cultura da sociedade.Porém, o professor cita que há uma falta de apoio da sociedade ao grupo de dança, pois existem preconceitos na região, principalmente o preconceito religioso que provocou até uma saída de alguns integrantes do grupo, sendo assim, o documentário pode ajudar no reconhecimento da cultura local. Após a apresentação do documentário o Grupo Jiquitaias relatou algumas dificuldades dos estudantes dos quilombos no acesso à escolas, além de falar um pouco também sobre o GoiasTec.

A peça “Quanto Vale a Educação” do coletivo VSLT (Vozes do Sertão Lutando por Transformação) nos apresentou um problema urgente que precisa ser resolvido em Goiás, a implementação do GoiasTec em escolas rurais, problema esse que atinge diversos alunos que residem nos quilombos, isso porque o programa GoiasTec substitui a interação social em sala de aula entre professores e alunos, além de que, dentro das escolas o acesso à internet não é dos melhores, consequentemente as aulas ministradas em uma televisão travam e as mensagens que seriam as dúvidas dos alunos nunca são respondidas, fazendo com que haja uma grande dificuldade no desenvolvimento e aprendizado no que diz respeito a estudo, foi explicado após a apresentação que o GoiasTec foi implementado alegando que não há professores suficientes na região, no entanto, a própria peça mostra que isso não é bem verdade, visto que nos últimos anos a Licenciatura em Educação do Campo vem formando professores qualificados para dar aulas em suas comunidades. 

Após a apresentação do Grupo VSLT, o grupo Ledocênicas apresentou uma peça de Teatro Fórum em que foi discutido uma cena de assédio, muito comum de ser presenciada porém, pouco perceptível, já que é comumente naturalizada por grande parte da sociedade. Tal cena conta com a aproximação de um homem de forma totalmente desrespeitosa com um grupo de mulheres, gerando uma indignação na plateia, que ao se sentir “provocada” se coloca no lugar das mulheres que participaram da cena, ensaiando formas de combater esse tipo de assédio.

Protocolo de Antonio Otavio Silva de Oliveira

V Mostra Terra em Cena e na Tela

 Na V Mostra do Terra em Cena, foi apresentado para os telespectadores uma peça do coletivo Vozes do Sertão Lutando por Transformação (VSLT) que retratou uma situação que vem se tornando comum em algumas comunidades quilombolas do Estado de Goiás. Tal situação ocorre devido a implementação do sistema conhecido como Goiás Tec, que representa um retrocesso na educação do Campo. Pois, esse é um plano do governo voltado para comunidades quilombolas específicas, trazendo uma desvalorização para os educadores da região, além de prejudicar de forma significativa o aprendizado dos alunos.

Após a apresentação da peça do grupo VSLT, ocorreu um diálogo com os atores que realizaram a peça, e foi explicado que o Goiás Tec é um sistema que foi implementado ainda durante o período da pandemia, usando a desculpa de facilitar a formação dos alunos da comunidade, através de aulas on-line, porém, o sistema apresenta diversas falhas, principalmente devido a dificuldade ao acesso à internet dentro das escolas na comunidade. Por isso, os alunos têm dificuldade em aprender durante as aulas on-line, que travam, e não tem um sistema adequado para funcionar conforme as comunidades necessitam

Tendo em vista os argumentos citados acima, podemos perceber a falta de competência do governo do Estado de Goiás, pois, as comunidades quilombolas possuem um grande número de egressos da Licenciatura em Educação do Campo, sem contar aqueles que ainda estão no processo de formação, desvalorizando toda evolução conquistada nas comunidades quilombolas. A peça, conta com 4 integrantes no elenco, que representam uma família de uma comunidade quilombola, retratando um pouco o cotidiano dessas famílias. Ao chegar na escola e participar da reunião, os pais se deparam com as dificuldades encontradas por alunos na sala de aula, de uma forma descontraída. Além de mostrar a dificuldade enfrentadas pelos alunos, durante a peça há uma indagação sobre os professores da comunidade, que se formaram em Licenciatura em Educação do Campo.

Para enfatizar a problemática do Goiás Tec, além do coletivo VSLT, o grupo Jiquitaias, formado por adolescentes de comunidades Kalunga do município de Teresina de Goiás, coordenado pela estudante da LEdoC Nubia Soares, também tratou sobre o assunto, enfatizando a necessidade de retirar esse sistema das escolas, pois, tal sistema deixa explícito a tentativa de alienar os moradores das comunidades, sem formar leitores e pensadores críticos capazes de lutar por melhorias na educação.

Portanto, na medida em que temos por objetivo formar futuros pensadores e leitores capazes de lutar por seus direitos, podemos perceber que a luta não é somente dos quilombolas e sim de toda a comunidade camponesa, pois , o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, entre outros movimentos sociais, lutam por uma educação emancipadora, justa e igualitária, além de trabalhar com a utopia de educação do campo não apenas para comunidades camponesas, servido de referência e modelo para escolas em todo o Brasil.

Compreendemos que é necessário a adoção de políticas públicas – que tratam a educação do Campo como um direito a toda a população do Campo, com investimentos e Leis voltadas para melhoria das escolas do campo e quilombolas – para que o sistema de retrocesso que vem sendo implementado através do Goiás Tec não avance para outras comunidades quilombolas, assentamentos, acampamentos e zonas rurais.

Não aceitaremos nenhum tipo de retrocesso em nosso avanço para uma educação de qualidade e inclusiva dos povos Camponeses, movimentos sociais, quilombolas.

Não ao Goiás Tec!

Não ao Goiás Tec!

Educação do Campo,

Direito nosso

Dever do Estado .


Protocolo de Camila Maria Alves 



V Mostra Terra em Cena e na Tela: memória e reflexões

 

Mural produzido na V Mostra Terra em Cena e na Tela, com orientação dos professores Ofélia Ortega, Ricardo Keferaus (UFVJM) e Felipe Canova ( UnB) no Alojamento Dom Tomás Balduíno - FUP

Entre os dias 13 e 15 de novembro de 2023 foi realizada, no campus de Planaltina da UnB (FUP), a V Mostra Terra em Cena e na Tela, que reuniu grupos de teatro quilombolas do território Kalunga, grupos formados em escolas públicas do Distrito Federal, coletivos de teatro político que atuam em diversas regiões administrativas do DF e Entorno, pesquisadores, professoras e professores, estudantes, militantes de movimentos sociais, e equipes de produção audiovisual. Assistimos e debatemos peças, filmes e intervenções de agitação e propaganda durante três intensos dias e, tivemos a certeza que estamos em nova conjuntura, de reconstrução dos elos entre comunidades, territórios, organizações populares e universidades. 

Compartilhamos o relatório da V Mostra e, na sequência, registros reflexivos de estudantes da disciplina "Expressões estéticas e cultura política", da Licenciatura em Educação do Campo, sobre a experiência de participação como espectadores, e ou atrizes e atores, e nas oficinas formativas e rodas de conversa que aconteceram durante os três dias de evento. 

Acesse o relatório:

Relatório V Mostra Terra em Cena e na Tela



sábado, 27 de janeiro de 2024

40 anos do MST: parabéns do Coletivo Terra em Cena!

     O Coletivo Terra em Cena, formado por educadores e educadoras do campo, professores e estudantes da Licenciatura em Educação do Campo da Universidade de Brasília (UnB), militantes de movimentos sociais do campo, quilombolas, urbanos, professores de escolas de rede pública, e pesquisadoras de outras universidades brasileiras (UFSC, UFSJ e UFVMJ) cumprimenta o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra pelos quarenta anos de vida, completados em janeiro de 2024.

                  Destacamos, dentre tantas conquistas, a potente aliança entre educação, formação, cultura, comunicação e agroecologia que o MST consegue promover, a partir da luta primeira pelo direito à terra, articulada aos demais direitos humanos. Conforme Lupércio Damasceno, saudoso militante artista do Coletivo Nacional de Cultura, a Cultura Popular está para a Reforma Agrária tal como a Indústria Cultural está para o Agronegócio.

                  O Terra em Cena nasce inspirado nos processos de formação política e cultural do MST, principalmente, pelo trabalho que a Brigada Nacional de Teatro do MST Patativa do Assaré desenvolveu a partir da parceria com Augusto Boal, homem de teatro que transferiu o conhecimento de diversas técnicas e formas do teatro popular e político para que educadores populares do MST pudessem multiplicar o Teatro do Oprimido em acampamentos, assentamentos e escolas do campo. Como desdobramento da Brigada Nacional, existiu no MST do Distrito Federal e Entorno a Brigada de Agitação e Propaganda Semeadores, entre 2003 e 2013. O Terra em Cena é formado por educadores militantes artistas oriundos destes processos e procura multiplicar o processo de formação de coletivos nos territórios de atuação da Licenciatura e Educação do Campo, com foco no trabalho de formação estética com as linguagens teatral, audiovisual e das artes visuais.

                Aprendemos com o MST a cultivar processos e a evitar o caráter espetacular da arte como mercadoria, aprendemos que os processos horizontais de troca e aprendizado são essenciais, aprendemos que devemos buscar o saldo orgânico dos processos estéticos que desenvolvemos, que a formação deve andar junta com o objetivo de organização social, e que este deve ser orientado pela perspectiva do poder popular, pois afinal, é para isso que interessa falarmos de educação popular, cultura popular e comunicação popular.






Fotos da encenação de adaptação da peça "Mutirão em Novo Sol" no Encontro dos Povos do Campo, das Águas e das Florestas" em agosto de 2012, com elenco formado por militantes da Brigada Nacional de Teatro do MST Patativa do Assaré e do Coletivo Terra em Cena. O dramaturgo, ator e diretor Nelson Xavier, um dos autores da peça, assistiu a montagem e conversou com o público e com o elenco.

Saiba mais sobre a Brigada Semeadores no endereço: https://youtu.be/AhXgLV3_0VQ?si=dsWKEXF95apggHi7

terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Pesquisadoras do Terra em Cena participaram do XIV Colóquio Internacional de Teatro de Montevideo

 

Em dezembro de 2023 ocorreu o XIV Colóquio Internacional de Teatro de Montevideo com o tema "Hacer/Pensar en teatro desde el sur: post-pandemia, convulsiones políticas y fracturas sociales". O evento ocorreu entre os dias 4 e 6 de dezembro no histórico Teatro de Solis e duas pesquisadoras do grupo de pesquisa Terra em Cena, Julie Wetzel e Simone Rosa, apresentaram pesquisas desenvolvidas no Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas (PPG-CÊN) da UnB, ambas orientadas pelo professor Rafael Litvin Villas Bôas.

A ida para o Uruguai foi pensada por ser um dos países Latino-Americanos abalado pelo ciclo de ditaduras que tomou a América do Sul entre as décadas de 1960 e 1980. No caso uruguaio, durou de 1973 a 1985. Contudo, a sociedade civil resistiu ao regime autoritário e após a reconquista da democracia o país busca preservar a memória dos 12 anos de repressão. Alguns grupos de teatro político de referência estão situados em Montevideo, como é o caso do Teatro El Galpon e do Teatro Circular. Por isso, a viagem também teve o objetivo de pesquisar o grupo El Galpon, para entender como se organizaram nos últimos 71 anos de atuação diante das conjunturas políticas diversas, se tornando o grupo de teatro político atuante mais antigo da América Latina.

O que não foi planejado pelas pesquisadoras, foi chegar à cidade no dia 03 de dezembro, dia em que se celebra a manifestação cultural afrouruguaia Candombe, reconhecida como patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade. A rua das flores se encheu de grupos para desfilar em cortejo ao som de tambores, muita dança, cores, alegorias e bandeirões imensos que cada grupo trás de seu bairro.


Desfile do Candombe, ala dos percursionistas. 3 de dezembro de 2023. Foto: Leonardo Teixeira.

Tivemos a oportunidade de acompanhar alguns cortejos, que no ano de 2023, foram marcantes em função da efemérides do golpe militar. Placas com os nomes de sujeitos importantes da história de luta pela justiça social e que sofreram com a violência imposta pela ditadura, como Alfredo Zitarrosa (cantor exilado), foram instaladas no museu da história afrodescendente, por onde o cortejo passava.

Para nós, brasileiras, a associação com o carnaval foi inevitável. Instigou a reflexão sobre o papel da indústria cultural nos desfiles das escolas de samba de Rio de Janeiro e São Paulo. Em Montevideo vimos nos cortejos grande diversidade de corpos que agregavam os transeuntes nos mesmo cortejo. Foi uma experiência estética de corporeidades fortes.

Desfile do Candombe, ala dos mais velhos. 3 de dezembro de 2023. Foto: Leonardo Teixeira.

Em relação ao Colóquio, este tinha como pretensão pensar o teatro no contexto de pós-pandemia, considerando sua relação com a sociedade de maneira articulada com os contextos excepcionais e comuns ao território latino-americano, bem como encontrar os elos entre a teoria e a prática teatral. Ao longo de três dias reuniram-se pesquisadores/as e artistas do Brasil, Chile, Uruguai e México. O eixo de convergência dos debates se deu em torno da reflexão do teatro no campo ampliado, seja fora do aparelho teatral, nas manifestações populares e políticas, como também na relação entre teatro e antropologia.

Na mesa que tinha como centralidade as “Políticas de la memoria en el teatro: a 50 años del Golpe em Chile y Uruguay”, foram expostos 4 trabalhos: Da Universidade Católica do Chile as pesquisadoras Marcela Cornejo e Coca Duarte apresentaram um trabalho nomeado “Dictadura chilena, escena teatral y 50 años: dramaturgias, memorias, historias” que cruza a fronteira entre saúde mental e produção de bens simbólicos. A investigação se debruça em encontrar na dramaturgia da década de 1970 até os primeiros anos de 2000 os mecanismos de elaboração do trauma coletivo. Natalia Burgueño, da Universidade da Republica (Uruguai) expos sua pesquisa de mestrado “Procedimientos de la escena documental contemporánea que re-activan memorias dictatoriales desde la perspectiva de la segunda generación postdictadura”, uma prática teatral de tomada de lugar entre as gerações que viveram a ditadura e seus filhos que nasceram após a redemocratização. Damián Gini, também da Universidade da Republica (Uruguai), apresentou seu trabalho “La historia se repite dos veces: zombis, comunistas y un muerto vivo a 50 años del Golpe de Estado” que analisa uma dramaturgia que fabula sobre a relação entre o passado e presente questionando o debate emergente sobre a ditadura neste tempo presente. Simone Menezes apresentou sobre a Frente de Trabalhadores da Cultura de Nuestra America e sua articulação com a experiência contemporânea da Rede Nuestra America de Escolas de Teatro e Vídeo Político e Popular, os elos e divergências de tais experiências considerando as conjunturas. Luciana Scarafunni, professora da Universidade da Republica (Uruguai), foi a mediadora da mesa e provocou o coletivo a refletir sobre os saldos de debater sobre o ciclo de ditaduras na conjuntura atual.


Apresentação da pesquisa de Simone Rosa na mesa: “Políticas de la memoria en el teatro: a 50 años del Golpe em Chile y Uruguay”, 5 de dezembro de 2023. Foto: Leonardo Teixeira.

A mesa com o eixo temático “Teatro, frontera, itinerancia, migraciones” teve mediação da Chiara Miranda Turnes e duas participantes apresentando suas pesquisas: Estíbaliz Solís da Universidade Católica de Chile, FHCE-Udelar, com a pesquisa “Esqueleto de tigre: escenarios migrantes. La poesía como medio y la traducción como encuentro”, que debateu sobre a criação artística e poética a partir da condição das pessoas imigrantes e refugiadas. E Julie Wetzel com a pesquisa “Cia Burlesca na marcha da história: Teatro político, questão territorial e perspectiva feminista em “Bendita Dica”, “O Longe” e “A Legitima História Verdadeira”, que apresentou o histórico, forma e conteúdo das três obras teatrais em diálogo com os territórios de atuação do coletivo. Demonstrando o teatro como ferramenta para romper fronteiras e construir relações e diálogos a partir da itinerância por territórios de luta e organização popular. As duas pesquisadoras se viram em diálogo a partir da necessidade de desdobramento que as duas pesquisas surtiram ao organizar laboratórios de teatro. Estíbaliz mantém um laboratório de teatro com imigrantes, e Julie, a partir da Escola de Teatro Político e Vídeo Popular do DF (ETPVP-DF), coordena o Laboratório de Teatro e Reforma Agrária (Latera).


Apresentação de Julie Wetzel na mesa: “Teatro, frontera, itinerancia, migraciones”, 5 de dezembro de 2023. Foto: Leonardo Teixeira.

Um dos pontos altos da viagem foi a pesquisa realizada no Teatro El Galpón. Chegar ao local físico que se estuda é sempre desmistificar, descortinar e re-conhecer um local que já se construirá no imaginário. A experiência se sobrepõe. O teatro dos anos 1960/70 (pré-golpe) era de fato um grande galpão adaptado às apresentações que se fizessem. Hoje, 50 anos depois, o prédio conquistado pelo grupo após retornarem do exílio de dez anos no México, possui três salas de espetáculo, uma galeria de exposições e duas lojas em frente, uma de discos e outra de livros.

Aproveitamos para assistir o espetáculo que estava em cartaz, “Ante de la jubilacion” (Tradução por nós: ante à aposentadoria), que contava com um elenco de peso histórico Myriam Gleijer, Silvia García e Levón.

Baseado num acontecimento real – um ministro que se demitiu em 1978 quando se tornou público que tinha sido juiz da marinha hitlerista e tinha assinado inúmeras sentenças de morte – Bernhard apresenta em “Ante a aposentadoria” um dos seus textos mais implacáveis ​​com o passado da Alemanha, onde critica a colaboração da sociedade civil com o nazismo e a débil política de “desnazificação” levada a cabo após o fim da Segunda Guerra Mundial. (Fragmento do texto publicado na Revista Sócio Espetacular setembro de 2023. Autor: Juan Pedro Ciganda).

A forma destemida de tratar o tema do nazismo em cena chama atenção pela sua agressividade e ironia. Uma mistura que coloca-nos diante o abismo do riso e do desespero por uma ideologia de extermínio que ameaça seu retorno à cada tempo. Em uma cena cômica, grotesca, no dia do aniversário do ministro, a família se reúne como uma tradição para ver o álbum da família. Enquanto comentam cada foto, ao fundo imagens de judeus em campos de concentração ou seus corpos dizimados são projetadas.

Um espetáculo de humor ácido, comprometido com o registro da memória do povo como tática para organização e luta social. Como o release da obra provoca, a palavra de ordem “Nunca mais” usada em diversos países que sofreram experiências autoritárias de Estado não pode ser uma declaração passageira, mas sim, uma ideia “integrada à razão e sensibilidade das pessoas como parte da vida”. A sensação ao final do espetáculo era exatamente esse alerta de nos mantermos constantemente atentas, preservando a história como o alicerce para o entendimento do tempo presente. (Saber mais sobre o espetáculo: Ante la jubilación - Teatro El Galpón (teatroelgalpon.org.uy))

A visita feita ao Museu da Memória complementou toda a narrativa do espetáculo. O museu expõe as fases de repressão, luta e resistência dos 12 anos que assombraram o Uruguai. Cada sala do antigo casarão conta uma parte da história, com as marchas de camponeses até Montevideo com apoio e organização sindical; as obras artísticas produzidas no período e os exílios forçados; e, a repressão com prisões, torturas e desaparecimentos. A história de resistência artística do grupo El Galpón estava lá na parede. A história de luta da classe trabalhadora reivindicada em forma de teatro, museu, literatura, ciência.

Simone Rosa com sua filha Iná Rosa, Arturo Fleitas e Julie Wetzel em frente ao teatro EL Galpón, 07 de dezembro de 2023. Foto: Leonardo Teixeira.

Para finalizar esta empreitada de viagem-pesquisa, articulamos a entrevista com o  integrante do grupo, Aturo Fleitas que, gentilmente, encontrou-se conosco no Teatro El Galpón para conversarmos sobre a trajetória do grupo. Arturo é ator, dramaturgo e militante paraguaio que se exilou no Uruguai após instalada a repressão em seu país de origem. Encontrou na solidariedade do coletivo El Galpón refúgio e pouco tempo depois precisou se exilar novamente, agora com o grupo, em função da instauração da ditadura uruguaia. No auge dos seus 73, mesmo sem atuar mais, Arturo se matem no grupo sendo reconhecido pelas gerações mais novas como “embaixador” por sua disponibilidade em contar a quem chega a história do grupo.

Anunciamos previamente que o interesse principal para nossas pesquisas se dava entre as décadas de 1960 e 1970, mas a conversa de quase duas horas abrangeu tantos outros pontos.

Arturo iniciou sua fala dizendo que contar a história dele era como contar a história do El Galpón, devido a sua intensa dedicação e relação com o grupo ao longo dos anos. Uma frase que demonstrou, assim como todo o seu relato, um grupo que perpassa por tempos históricos e se formam concomitantemente. El Galpón atuava como uma “organização revolucionária de teatro” (pelas palavras de Arturo). Sua atuação no período antes e durante o golpe é um forte exemplo de teatro político, conectado com as organizações populares sindicais. Circularam intensamente seus espetáculos por fábricas e os trabalhadores tinham relação direta com o teatro na sua construção física e ao protegê-lo diante os ataques fascistas do período de repressão.

O diálogo com Arturo é um rico material de pesquisa e será tratado de forma específica para contribuir com as reflexões que já vem sendo elaboradas sobre a memória do teatro político latino americano.

 Concluímos por aqui este texto que teve o objetivo principal compartilhar a convergência de espaços e experiências de pesquisa que a viagem para Montevidéu nos proporcionou. O que deixa o desejo de novos desdobramentos em debates e escritas, assim como outras experiências de pesquisa-viagem como esta.

A síntese de grande valor de toda a experiência foi a contribuição intelectual e artística que dá vigor a mística que nos mantém em debate e elaboração constante sobre o avanço do fascismo e a construção de mundo justo diante os valores e ideias da Nuestra America.

Que nunca se esqueça, para que nunca mais aconteça.

 

Julie Wetzel e Simone Rosa